quarta-feira, 12 de abril de 2017

Estudo sobre o Livro de Mateus versículo por versículo


A cada dia será colocado um versículo do Livro de Mateus com revelações vindas do Espírito Santo

"Foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, mas, antes que se unissem, achou-se grávida pelo Espírito Santo." Mateus 1:18
Maria é um exemplo de santidade. Mesmo noiva de José, nunca se envolveu sexualmente com seu futuro marido. Esperou pacientemente e teve a honra de se tornar mãe do Salvador. Após o nascimento de Jesus, Maria e José coabitaram e tiveram filhos, formando uma linda família, honrada por Deus e respeitada pela sociedade. Moça, moço, mulher e homem, vale a pena ser fiel ao Senhor e às suas ordenanças.

"Por ser José, marido de Maria, um homem justo, e não querendo expô-la à desonra pública, pretendia anular o casamento secretamente." Mateus 1:19
Interessante observar o procedimento de José quando imaginou ter sido traído por Maria quando esta lhe revelou que estava grávida. A lei determinava o apedrejamento em caso de traição e, por isso, José não queria expor Maria, evitando, assim, que ela sofresse a pena capital. A misericórdia de José sobrepujava sua indignação. Seu caráter era excelente, digno de um homem que recebera a honra de ser o 'pai afetivo' de Jesus. Se compararmos com o procedimento hodierno adotado por homens e mulheres que, ao menor desapontamento, entregam seus companheiros à desonra pública, veremos quão honrado e digno era José. Imitemos seu procedimento! "A misericórdia triunfa sobre o juízo!" Tiago 2:13

"Mas, depois de José ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo." Mateus 1:20
A concepção de nosso Senhor Jesus é algo sobrenatural e miraculoso. Conforme profetizado por Isaías: "a virgem conceberá e dará à luz um filho, cujo nome será 'Deus conosco'". De forma misteriosa, o Espírito de Deus inseriu no ventre de Maria o embrião santo, o filho imaculado do Altíssimo. A semente implantada no útero de Maria cumpriria a profecia contra a semente da 'serpente edênica', esmagando sua cabeça e obtendo a vitória em favor da humanidade decaída por conta da astúcia do diabo. Louvado seja o Senhor!

"Ela (Maria) dará à luz um filho, e você (José) deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados". Mateus 1:21
A missão primordial de Jesus neste mundo era uma só: salvar as pessoas de seus pecados. Após a queda de Adão e o estabelecimento do pecado original, todos pecaram por si próprios e necessitavam da graça de Deus para a salvação. Mortos em pecados, afastados de Deus, inimigos de seu Criador. Entretanto, Deus reconciliou consigo mesmo sua criatura mais importante, o ser humano, por intermédio de Cristo Jesus. Não há salvação fora de Jesus Cristo. Ele levou o pecado daqueles que nEle creem. Sua missão fora inscrita em seu próprio nome: "Javé (Jeová) salva" ou "salvação" - Yeshua - Jesus

"Ao acordar, José fez o que o anjo do Senhor lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua esposa. Mas não teve relações com ela enquanto Maria não deu à luz um filho. E ele lhe pôs o nome de Jesus." Mateus 1:24,25
Cumprir a ordem de se casar com Maria poderia parecer constrangedor para José, pois teria de enfrentar a desconfiança e os olhares maldosos da família e dos amigos ao notarem que ela já casara grávida. Entretanto, como um homem temente a Deus, José cumpriu a ordem recebida e tomou Maria por sua esposa, com a agravante de não poder curtir sua lua de mel até o nascimento do menino Jesus.

"Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: "Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo"." Mateus 2:1,2
A narrativa de que 'magos' vieram prestar homenagens ao Rei Jesus anuncia o reinado universal do Messias. Estudiosos da astrologia provenientes da Pérsia (provavelmente sacerdotes da religião zoroástrica) aguardavam o cumprimento da profecia de Balaão sobre a estrela de Jacó e ansiavam render honras ao Rei dos reis e Senhor dos senhores. Assim se cumpriu o que está escrito em Salmo 72:11: "Inclinem-se diante dele todos os reis, e sirvam-no todas as nações." Nosso Senhor e Rei não é um soberano local, mas universal. Ele reina sobre toda a terra. Aleluia!

"Quando o rei Herodes ouviu que Jesus havia nascido, ficou perturbado, e com ele toda a Jerusalém." Mateus 2:3
Herodes, o Grande, sentiu-se ameaçado ao ouvir dos sábios do Oriente que o verdadeiro rei dos judeus havia nascido. Herodes, com o apoio de Roma, usurpara tal honra e subjulgava os judeus arbitraria e cruelmente. Segundo as profecias, seu reinado estava chegando ao fim para o estabelecimento do reinado do Messias. Entretanto, os judeus, influenciados pelos fariseus, saduceus e demais líderes religiosos, preferiram o jugo de Roma a se renderem ao seu Soberano Senhor. Por isso, Jesus exclama: "Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. Eis que a casa de vocês ficará deserta. Pois eu lhes digo que vocês não me verão desde agora, até que digam: ‘Bendito é o que vem em nome do Senhor’"." Mateus 23:37-39

"Herodes enviou os 'magos' a Belém e disse: "Vão informar-se com exatidão sobre o menino. Logo que o encontrarem, avisem-me, para que eu também vá 'adorá-lo'"." Mateus 2:8
Herodes, movido pela inveja, fingiu aos sábios do Oriente estar interessado em prestar honras ao verdadeiro Rei dos judeus. Entretanto, sua real intenção era matar o menino, assegurando seu posto de rei da Judeia. Em sabendo que os 'magos' não retornaram para lhe informar sobre o menino Jesus, Herodes ordenou a matança de todas as crianças de 2 anos para baixo. O inimigo, desde o início, tentou paralisar o plano redentor de Deus em favor da humanidade. Entretanto, nada poderia calar a oferta incondicional da graça e do amor de Deus em favor da humanidade decaída.

"Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra." Mateus 2:11
Os 'magos' do Oriente prestaram homenagens ao menino Rei, à 'estrela de Jacó', presenteando-o com o ouro real, o incenso sacerdotal e a mirra profética, revelando, neste digno ato, as qualidades do 'Ungido do Senhor': Rei, Sacerdote e Profeta. Imagine-se no lugar de Maria e José! Imagine agora homens importantes de alguma nação entrando em sua casa e presentando seu filho com honras reais, prostrando-se diante do anunciado Rei dos reis e Senhor dos senhores. Quanto honra para esta família!

"Depois que os 'magos' partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e disse-lhe: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu lhe diga, pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo"." Mateus 2:13
A maldade humana, instigada por satanás, é evidente em nossa atual sociedade. Se Deus não limitasse a ação do mal, teríamos extinto a nós mesmos. Herodes ordenou a execução de todas as crianças de 2 anos para baixo, apenas para atingir Jesus, que estava com essa idade. O massacre não foi impedido por Deus, mesmo sendo contra seu próprio filho. E isso ocorre ainda hoje. Olhamos para situações que não entendemos por que Deus não intervém. Hoje mesmo fora noticiado o atentado terrorista em Londres. Ocorre que Deus não é responsável pela maldade humana. Ele sempre está a nos alertar e nos livrar dos perigos desta vida, assim como revelou em sonho a José a intenção espúria do coração perverso de Herodes.

"Depois que Herodes morreu, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e vá para a terra de Israel, pois estão mortos os que procuravam tirar a vida do menino"." Mateus 2:19,20
Com cerca de 2 anos de idade, Jesus foi levado por sua família à terra do Egito e viveu lá por aproximadamente 2 anos. Fazer parte da família de Jesus muitas das vezes importará em afastamento da família biológica, dos amigos, da cidade, dos costumes e acomodações. Mesmo após retornarem, José teve de se estabelecer na cidade de Nazaré da Galiléia, pois Arquelau - filho de Herodes - governava a Judéia. Ser família de Cristo transforma rotinas e redefine prioridades. Lembro-me da ordem de Deus para Abrão: sai da tua terra, do meio da tua parentela...

"Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Ele dizia: "Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo"." Mateus 3:1,2
Depois de amargarem 400 anos de silêncio profético, desde seu último profeta (Malaquias), os judeus foram impactados por uma voz que ecoava em meio ao deserto da Judéia. Quatrocentos anos sem falar e a primeira mensagem que Deus anuncia é: "Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo". A tão sonhada 'era messiânica' estava às portas. Entretanto, era requerido do povo que se arrependesse, como preparação para a chegada do Messias. Assim é hoje. Para recebermos o Reino de Deus em nossas vidas, o primeiro passo é o arrependimento.

"As roupas de João eram feitas de pêlos de camelo, e ele usava um cinto de couro na cintura. O seu alimento era gafanhotos e mel silvestre." Mateus 3:4
João foi um daqueles profetas privados de vida social, da família, e que possuiam restrições alimentares, etc. A despeito de sua restrita vida, a missão de João Batista era o foco principal de sua existência: preparar o caminho para a chegada do Messias. Isaías o anunciara e Jesus testificara sobre sua nobre missão: "O que vocês foram ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?
Ou, o que foram ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que usam roupas finas estão nos palácios reais. Afinal, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e mais que profeta. Este é aquele a respeito de quem está escrito: ‘Enviarei o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti’. Digo-lhes a verdade: Entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista; todavia, o menor no Reino dos céus é maior do que ele." Mateus 11:7-11

"A João vinha gente de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a região ao redor do Jordão. Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão." Mateus 3:5,6
João Batista não atraia o povo por sua beleza ou por sua eloquência, mas sim pelo Espírito que falava por sua boca. A mensagem que portava constrangia as pessoas a tomarem uma posição diante de Deus e dos homens: arrependimento e mudança de vida.

"Confessando os seus pecados, as pessoas eram batizadas por João no rio Jordão." Mateus 3:6
Uma grande concentração de pessoas arrependidas de suas práticas pecaminosas e se reconciliando com o Deus Criador. Essa era a realidade vivida naqueles dias às margens do Jordão, na Palestina. Deus se agrada quando sua mais valiosa criação reconhece que se extraviou dos caminhos perfeitos traçados pelas mãos eternas e conduziu-se licenciosamente para longe da sombra do Onipotente.

"Quando João viu que muitos fariseus e saduceus vinham para onde ele estava batizando, disse-lhes: "Raça de víboras! Quem lhes deu a idéia de fugir da ira que se aproxima? Deem fruto que mostre o arrependimento!" Mateus 3:7,8
Um dia Deus há de julgar todos, sem exceção. Alguns arrotam santidade, outros tentam se justificar por meio de suas obras de caridade, outros desconsideram a realidade do julgamento final. Porém, todos compareceremos diante do Criador para prestação de contas. Os fariseus e os saduceus acreditavam estar imunes ao julgamento de Deus, pois se consideravam perfeitos. Entretanto, João os qualifica como iguais a todos os demais pecadores, com a agravante de pensarem gozar de 'imunidade religiosa' em razão de sua posição de destaque.

"O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo." Mateus 3:10
Imagine que você tenha plantado uma macieira. Ao longo de 3 anos, você cuidou muito bem deste pé de maça: adubou, regou, etc. A partir do quarto ano, você procura ansiosa e esperançosamente por um pequeno sinal de maça, ou seja, pelo fruto da macieira. Porém, não encontra nem ao menos uma bolinha verde. E assim prossegue pelo decorrer dos anos: 10, 20, 30, 40 anos e nenhuma maça. Assim é Deus conosco. Ele procura por frutos em nossas vidas. Precisamos produzir frutos como árvores frutíferas, pois a árvore que apenas ocupa espaço no jardim é cortada e lançada ao fogo.

"Eu (João) os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga." Mateus 3:11,12
Muitos erroneamente desejam um batismo com 'fogo'. Entretanto, João está ensinando sobre dois tipos de batismo: com o Espírito Santo, para a salvação; e com fogo, para condenação. Os salvos, batizados no Espírito Santo, são os que são equiparados ao trigo juntado no celeiro do Senhor, enquanto os perdidos, batizados com fogo, são os que se assemelham à palha que será queimada com fogo que nunca se apaga.
Como diz a Palavra:
[...] Adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso Deus é fogo consumidor!" Hebreus 12:28,29
"Pois certamente vem o dia, ardente como uma fornalha. Todos os arrogantes e todos os malfeitores serão como palha, e aquele dia, que está chegando, ateará fogo neles", diz o Senhor dos Exércitos. "Nem raiz nem galho algum sobrará." Malaquias 4:1
Obs. Algumas vezes, 'fogo' na Bíblia é usado com a conotação de purificação, limpeza, santificação.

"Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão para ser batizado por João." Mateus 3:13
Chegou o grande dia! O dia que marcaria o início do ministério do 'Messias' aguardado. O dia que o 'Cristo' se revelaria ao mundo. O dia que os céus proclamariam a glória do 'Ungido' do Senhor.

MATEUS 3:14-15 - "João, porém, tentou impedi-lo, dizendo: "Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?" Respondeu Jesus: "Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça". E João concordou."
Jesus não precisaria ser batizado, pois nEle não havia pecado. Entretanto, a forma que Deus utilizou para revelar o Messias a Israel fora justamente o testemunho do profeta João Batista. Deus havia dito que aquele sobre quem João visse descer o Espírito, esse seria o que batizaria com o Espírito Santo (João 1:33). A João fora dada a digna missão de proclamar a Israel quem era o Cristo esperado, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ao completar sua missão, João declara: que Jesus cresça e que eu diminua.
Ademais, por representar sua igreja, ao ser batizado, Jesus estava representando todos os salvos, a sua igreja. Em Jesus, somos partícipes do batismo de João.
MATEUS 3:16-17 "Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: "Este é o meu Filho amado, em quem me agrado".
Jesus é oficialmente ungido e autorizado ao exercício de seu ministério. O Espírito Santo desce e pousa como uma pomba sobre o Cristo, confirmando a João Batista que Jesus é o Messias aguardado. O céu troveja e Deus anuncia: 'Este é meu filho amado, minha alegria e completude. Meu inteiro prazer'. Deus, o Pai, declara seu amor pelo Filho, não obstante O tenha designado à mais dura missão: levar sobre si o pecado de muitos. Hoje, quando somos batizados, recebemos o Espírito Santo e ouvimos do Deus Pai que somos filhos amados por meio de Cristo Jesus.

MATEUS 4:1 "Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo."
Logo após seu batismo, Jesus é conduzido pelo Espírito Santo ao deserto, com a finalidade de ser provado pelo inimigo. O intuito de Deus era testar seu Filho amado no pior cenário existente: as areias quentes do deserto da Judéia. De semelhante forma, Adão fora tentado, porém, no paradisíaco Jardim do Éden. Enquanto Jesus foi fiel e obediente ao Pai no deserto, Adão pecou e foi desobediente ao Criador no paraíso. Deus pode permitir que sejamos tentados, seja no mais árido deserto de nossas vidas, seja na maior abastança desfrutada. O que fará toda a diferença é como reagiremos frente à tentação.

MATEUS 4:2 "Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome."
Jesus convivia em perfeita união com o Pai antes de sua encarnação. Era repleto de glória e reverenciado por toda a criação, Aquele 'por meio de quem' e 'para quem' foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra. O arquiteto do universo. Entretanto, em abdicando de toda sua glória junto ao Pai, experimentou em seu próprio corpo e mente as agruras dos homens mortais. Após jejuar por um longo período, o Cristo sentiu fome, provando mais um de seus humanos sentidos e sentimentos.

MATEUS 4:3 "O tentador aproximou-se de Jesus e disse: "Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães"."
A primeira investida do diabo contra a vida de um servo de Deus que está passando pelas dificuldades do deserto é fazê-lo duvidar de sua condição de filho e do cuidado de seu Pai Eterno. "Se você é filho de Deus, por que esta passando por esta dificuldade", instiga o inimigo. Entretanto, Jesus não utiliza seu poder para transformar pedras em pães, pois seu desejo era ensinar-nos algo maravilhoso sobre qual deve ser a postura de um filho de Deus diante das dificuldades vividas pelas agruras dos desertos existenciais. Veremos no próximo versículo.

MATEUS 4:4 "Jesus respondeu: "Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’"."
Após ser instigado a duvidar de sua filiação celestial, Jesus responde ao levante de satanás por meio das Escrituras: "nem só de pão viverá o homem", ou seja, Jesus quer nos ensinar que podemos experimentar momentos de escassez, de necessidade, de doença, de desarmonia familiar, de "falta de pão". Entretanto, a Palavra de Deus nunca pode faltar no coração do cristão. A Palavra é recheada de promessas. Como diz o salmista: "Este é o meu consolo no meu sofrimento: A tua promessa dá-me vida" e "Estou quase desfalecido, aguardando a tua salvação, mas na tua palavra coloquei a esperança" (Salmos 119:50;81). Estás doente? Lembre-se das promessas de cura. Humilhado? O Senhor te exalta!
Ademais, no deserto, o Senhor prova a obediência de seus filhos. Somos fiéis sob as agruras desérticas? O Senhor conduziu Israel pelo deserto, durante quarenta anos, para pô-lo à prova, a fim de conhecer suas intenções, se iriam obedecer aos seus mandamentos ou não. (Deuteronômio 8:2)

MATEUS 4:5;6 "Então o diabo levou Jesus à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: "Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: ‘Deus dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra’"." Mateus 4:5,6
O inimigo prossegue tentando Jesus. A dúvida lançada ainda é sobre o cuidado de Deus em favor do Filho. O diabo citou o Salmo 91 e instigou Jesus a testar seu Pai. 'Será que Deus é contigo mesmo? Faça um teste. Se jogue do pináculo do templo. Será que seu Pai te salvará?', induz satanás. Na primeira investida, o diabo sugere a Jesus que utilize seu próprio poder para transformar pedras em pães. Nesta segunda investida, o inimigo sugere que Jesus instigue o Pai a agir em seu favor. Será que isso não acontece conosco, em meio aos desertos da vida? Repreendemos o mal e ordenamos sua saída e nada acontece. Então, oramos ao Pai, implorando por sua intervenção para que Ele aja em nosso favor. E nada acontece. O mal prossegue nos atingindo e o deserto não cessa. Mas Jesus deseja, mais uma vez, ensinar uma lição preciosa. Veremos no próximo versículo.

MATEUS 4:7 "Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus."
O diabo instigara Jesus a 'tentar' seu Pai, lançando-se do pináculo do templo. Porém, Jesus interage à ofensiva satânica com uma reflexão sobre um episódio emblemático ocorrido com o povo de Israel. Ao saírem do Egito, os israelitas percorreram longa jornada pelo deserto e não encontraram água. Desfalecidos pela sede, murmuraram contra o Senhor ao ponto de ordenarem que Moisés lhes desse água para beber, indagando: 'está o Senhor no nosso meio ou não?' Então Moisés ordena ao povo que nunca mais tente a Deus, duvidando de sua Presença e cuidado (Deuteronômio 6:16). Ao rememorar este episódio, deseja o Senhor Jesus nos ensinar que nunca devemos duvidar da presença do Senhor em nossas vidas. Mesmo em meio às dificuldades, nosso Pai Eterno nos contempla, não necessitando que O testemos ou O coloquemos à prova. Não é incomum sentirmos o desejo de colocar o Senhor à prova. Está Deus contigo? O Senhor te salvará? Induz o diabo. Saiba que Deus entrará com a providência no tempo exato. Ele tem cuidado de nós.

MATEUS 4:8;9 "Depois, o diabo levou Jesus a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E lhe disse: "Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar"."
O diabo lança a 'cartada final', o famoso 'xeque-mate". Na primeira tentação, Jesus não manifestou seu poder. Já na segunda, Jesus não tentou seu Pai a agir em seu favor. Será que esse Jesus sabe que é o filho de Deus mesmo? Será que está amedrontado e em dúvida sobre sua autoridade ou sobre o cuidado do Pai?, deduz satanás. Então, o inimigo oferece a Jesus todo o poder, autoridade e glória sobre os reinos deste mundo. Será que, no momento de adversidade e de silêncio de Deus, nunca nos sentimos tentados a procurar alternativas e atalhos para a solução dos problemas? O Pai havia prometido a Jesus o trono de Davi para um reinado eterno. O diabo ofereceu um atalho. 'Pra que esperar? Sofrer? Morrer por pecadores? Basta se ajoelhar diante de mim e terás domínio sobre todos os reinos'. Esta era a oferta de satanás. E hoje? Por quais ofertas malignas estamos trocando as promessas de Deus? Quais atalhos temos tomado? Você expulsa a miséria, ora a Deus pedindo prosperidade, e nada acontece. De repente, o diabo lhe oferece lucro desonesto. O que vc faz? Aceita ou descansa nas promessas de Deus? Aprendamos mais de e com Jesus no próximo versículo.

MATEUS 4:10 "Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele prestarás culto."
Chegamos à terceira e derradeira tentação. Antes, cumpre-nos esclarecer acerca destas duas palavras: 'adoração' e 'culto'. Quando juntas no mesmo texto, significam o 'ato de oferecimento' de sacrifícios e/ou outra forma de serviço religioso a uma divindade (oração, jejum, incenso, velas, procissão, prostituição cultual, etc – Exemplos: 2º Crônicas 7:19; 33:3; Jeremias 13:10; 16:11; Josué 23:7; Daniel 3:18). Retornando ao texto, aprendemos de Jesus uma grande lição: o único digno de adoração e culto é o Deus Criador. Muitos têm prestado culto a ídolos, a falsos deuses, a astros e estrelas no céu. Muitos têm cultuado pessoas que faleceram e que ganharam status de santos intercessores. Ou seja, trocaram a glória do Deus Imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de animais, astros, planetas, etc. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e cultuaram a coisas e seres criados, em lugar do Criador. Somente Deus deve ser adorado e cultuado!
Obs. Sob a Nova Aliança, não há mais o sacrifício de animais nem o sacerdócio levítico. Portanto, precisamos compreender melhor o significado de culto. A pergunta que fica é: O que significa cultuar? Como devemos cultuar? Veremos mais à frente.

MATEUS 4:11 "Então o diabo deixou Jesus, e anjos vieram e O serviram."
A principal lição deixada por Cristo Jesus no episódio da tentação se refere à FIDELIDADE e à CONFIANÇA do filho de Deus no Pai, mesmo em meio às adversidades da vida. Jesus nos ensina que, se formos obedientes e perseverantes em fé ao Pai Criador, seremos honrados no final, à semelhança do Mestre, que fora servido por anjos, tendo saciada sua fome. ‘Resisti ao diabo e ele fugirá de vós’, é o ensino da Palavra. Todo deserto possui um prazo determinado para se findar. Creia que o Senhor vos guiará em segurança.

MATEUS 4:17 "Daí em diante Jesus começou a pregar: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo"."
Depois de ser tentado pelo diabo, Jesus deixa o deserto da Judéia e passa a viver em Cafarnaum. Cheio do Espírito Santo, o Messias inicia a pregação da mensagem mais desejada pelos judeus: "o Reino de Deus que vocês judeus tanto esperam está às portas". Entretanto, deles era exigido que se arrependessem de seus pecados para se tornarem participantes deste Reino. As autoridades judaicas rejeitaram e induziram o povo a rejeitarem a implantação do Reino dos céus sobre a nação de Israel e sua propagação sobre os gentios de toda a Terra, rejeitando a Jesus, o Rei esperado. Hoje, o Reino dos céus está dentro de cada filho de Deus que se arrepende de seus pecados, reconhece Jesus como seu salvador e se dispõe a viver de acordo com as leis do Reino.

MATEUS 4:18 "Andando à beira do mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam lançando redes ao mar, pois eram pescadores."
Jesus não desejou exercer seu ministério de forma solitária. Pelo contrário. O Mestre tinha muito o que ensinar. Por isso, convocou homens para serem discípulos, ou seja, alunos, aprendizes dos ensinos do Professor. Os primeiros chamados foram Pedro e André, pescadores junto às águas doces do 'Mar da Galiléia' (Lago de Genesaré). Jesus ainda hoje nos convida ao discipulado, pois o Mestre é fonte inesgotável de conhecimento e sabedoria. Ademais, a escolha dos doze nos revela algo surpreendente: a brutal diferença de personalidades e de ideologias entre os homens convocados para o discipulado. Veremos em versículos posteriores.


MATEUS 4:19 "E disse Jesus 'a Pedro e a André': "Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens"."

Toda a diligência utilizada pelos irmãos Pedro e André para a pescaria agora seria revertida em prol da propagação da mensagem do Evangelho. Por meio da pregação, os irmãos pescadores sentiriam a mesma emoção de quando lançavam as redes nas águas do 'Mar de Tiberíades' e apanhavam grandes quantidades de peixes. Porém, desde o chamado do Mestre, ao invés de peixes, homens e mulheres seriam alcançados pela mensagem da cruz. A narrativa de Lucas no Livro dos Atos dos Apóstolos nos apresenta a grande pescaria obtida por Pedro em sua primeira pregaçao pública: cerca de três mil pessoas batizadas (Atos 2:41). Da mesma forma, o Senhor nos convida a lançarmos as redes do Evangelho e alegrarmo-nos com a grande pesca salvífica que o Senhor nos concederá.

MATEUS 4:20 "No mesmo instante eles (Pedro e André) deixaram as suas redes e seguiram a Jesus."
O Senhor tem pressa na resposta ao seu chamado. Quando Jesus convida, devemos imediatamente responder positivamente e cumprir, sob as ordens do Mestre, a missão designada. Aquele que nos chama também nos capacita. Não temamos os desafios do mister imposto, mas tenhamos a certeza que o Senhor estará ao nosso lado. Quanto tempo temos esperado para obedecer ao chamado de Deus? Imitemos Pedro e André. O Senhor tem pressa.


MATEUS 4:21-22 "Indo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Eles estavam num barco com seu pai, Zebedeu, preparando as suas redes. Jesus os chamou, e eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, o seguiram."

O Senhor prossegue escolhendo seu 'time' de discípulos que O acompanharão durante os três anos e meio de seu ministério terreno e que, após a descida do Espírito Santo, darão continuidade à pregação do Evangelho. Neste episódio, Jesus convoca os irmãos Tiago e João, sendo este último o escritor do Evangelho de João, o discípulo amado. A prontidão em obedecer ao chamado do Mestre nos chama a atenção, pois deixaram imediatamente o ramo empresarial de atuação da sua família para seguirem o Mestre. Mais para frente iremos retratar a diversidade de personalidade dos homens convocados por Cristo para o mister apostólico.

MATEUS 4:23 "Jesus foi por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças entre o povo."
"JESUS FOI". O Mestre não se manteve inerte em determinado local esperando que os aflitos O procurassem. Pelo contrário. O Senhor foi ao encontro dos necessitados e desamparados. Cada passo de Cristo era direcionado ao encontro de uma alma perdida. Jesus pregava nas sinagogas e, na maioria das vezes, era expulso pelos líderes religiosos dentre o povo, que não aceitavam a doutrina do Mestre, oposta ao ensino dos fariseus. O Reino era anunciado com grande poder, por meio de curas e demonstrações sobrenaturais do poder de Deus.

MATEUS 4:24-25 "Notícias sobre Jesus se espalharam por toda a Síria, e o povo lhe trouxe todos os que estavam padecendo vários males e tormentos: endemoninhados, epiléticos e paralíticos; e Ele os curou. Grandes multidões O seguiam, vindas da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e da região do outro lado do Jordão."
Muitos, ao ouvirem falar do Mestre, levavam aqueles que necessitavam de um toque de misericórdia do Autor da Vida e Pai das Consolações. O Senhor não despreza um coração contrito. Por isso, todos os que chegavam padecendo de males e necessitados de ajuda recebiam de Cristo o alívio almejado. Assim como Jesus curou as multidões, hoje Ele nos cura e nos socorre em nossas dores. Devemos encaminhar ao Mestre os que se encontram cansados e sobrecarregados, pois Ele os aliviará.

MATEUS 5:1-2 "Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele, e ele começou a ensiná-los, dizendo: [...]"
O maior de todos os sermões fora proclamado do alto de uma montanha. Assim como Deus havia falado por meio de Moisés do alto do monte Sinai à nação de Israel, agora Deus brada a toda humanidade do alto de um monte por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Preparem-se para a maior lição de todos os tempos, as Palavras do Mestre.

MATEUS 5:3 "Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus."
Bem-aventurado significa abençoado, feliz, alcançado pelos benefícios de Deus. O Senhor Jesus ensina que a 'pobreza de espírito' autoriza o sujeito a ingressar no Reino dos céus. Não se trata simplesmente de uma pobreza material, mas da ausência de merecimento diante de Deus. O vocábulo 'pobre' no grego traz a definição de mendicância, além do ato de implorar por socorro e favor. Aqueles que se reconhecem espiritualmente carentes da graça de Deus são por Ele abençoados. O Reino não é concedido com base nos méritos de alguém ou na realeza genética do 'sangue azul'. O Reino é concedido aos desprovidos de justiça própria, aos 'humildes e contritos de espírito' (Isaías 66:2).

MATEUS 5:4 "Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados."
Consolados serão aqueles que choram de tristeza pelo pecado próprio e da sociedade que os cerca. Devemos chorar pela miséria, pela injustiça, pela corrupção, pela vida dissoluta, pela pobreza no espírito, pela bancarrota espiritual e moral própria e da humanidade. O salmista afirma: "Rios de lágrimas correm dos meus olhos, porque a tua lei não é obedecida." (Salmos 119:136). O Messias prometido vem para "consolar todos os que andam tristes e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido" (Isaías 61:2,3). Será que temos CHORADO pelos nossos pecados? Ou pela corrupção da classe política brasileira? Ou pela falta de saúde? Choremos e seremos consolados. É a promessa.

MATEUS 5:5 "Bem-aventurados os mansos, pois eles receberão a terra por herança."
Para entendermos o significado de 'manso', é de bom alvitre analisarmos o vocábulo oposto: silvestre, não domável, que não se sujeita. O herdeiro da terra prometida se submete ao labor do oleiro em sua vida e se sujeita às imperiosas mudanças em seu caráter, além de tratar o próximo com bondade e benevolência. Mansidão também pode ser traduzida por humildade. Os israelitas esperavam que pessoas brutas, agressivas, indomáveis e arrogantes teriam a força para vencerem o poder do Império Romano. Entretanto, Cristo ensina que os mansos / humildes é que tomaram a terra por herança. A humildade precede à honra.

MATEUS 5:6 "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos."
Em uma sociedade caótica, desprovida de moralidade e justiça social, Jesus assevera que satisfeitos serão aqueles que desejam ardentemente pela restauração da ordem moral e social da humanidade. A Lei de Deus deve ser desejada. O padrão moral do Criador, urgentemente restabelecido, a começar pela conduta do próprio filho do Reino. Ao enxergarmos a própria miséria, choramos por nossos pecados e clamamos por mudança, de forma que as santas exigências de Deus sejam encontradas em nossas vidas. Neemias, em se deparando com a miséria sofrida pelo remanescente que sobreviveu ao cativeiro babilônico e que habitava Jerusalém, com lágrimas de contrição, clama ao Senhor: "Confesso os pecados que nós, os israelitas, temos cometido contra ti. Sim, eu e o meu povo temos pecado contra ti. Agimos de forma corrupta e vergonhosa contra ti. Não temos obedecido aos mandamentos, aos decretos e às leis que deste ao teu servo Moisés" Neemias 1:6,7. Precisamos sofrer e chorar pelas injustiças, pela fome, pela miséria, pela corrupção. Mas não somente chorar. Precisamos clamar por mudança. Precisamos praticar a justiça do Criador. A começar por nós.


MATEUS 5:7 "Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia."

Misericórdia significa compaixão pela miséria alheia. Os misericordiosos se colocam no lugar do necessitado e sentem como se fosse sua a dor do próximo. É a compaixão que nos faz agir em favor daquele em situação de penúria. O Senhor Jesus nos ensina que aqueles que se movem em direção ao necessitado para mitigar-lhe o sofrimento também alcançarão misericórdia da parte de Deus. Consideremos o exemplo do Mestre. Estávamos todos carentes da graça de Deus, mortos em nossos pecados, quando Jesus agiu em nosso favor para dar-nos vida, tomando nosso lugar de miséria e condenação. Hoje recebemos o favor de Deus por meio de Cristo Jesus. "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim." Lamentações 3:22

MATEUS 5:8 "Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus."
Os fariseus faziam questão de demonstrar ao povo sua pseudo pureza exterior por meio de vestimentas diferenciadas, palavras escorreitas, orações e jejuns. Entretanto, Jesus evoca a importância da pureza INTERIOR - um coração contrito e repleto de boa vontade em obedecer às leis do Reino. A hipocrisia não tem lugar no reinado messiânico. O que importa é o coração regenerado, pois "[...] as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que tornam o homem impuro. Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias [...]" (Mateus 15:18-20). Se o interior não for tratado, o exterior continuará refletindo a corrupção interna ou uma tentativa hipócrita de exteriorizar aquilo que não é. A promessa do Senhor é dar ao salvo um novo coração e por dentro dele um espírito novo e trocar o coração de pedra por um coração de carne (Ezequiel 36:26). Assim, devemos ecoar unissonamente as palavras do salmista: "Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti" (Salmos 119:11).do coração

MATEUS 5:9 "Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus."

O pacificador é alguém que promove a paz, que reconcilia pessoas, que media confrontos e conflitos e traz a solução que encerra a disputa. O Mestre é o exemplo maior de pacificador, pois promoveu a paz e a reconciliação entre a criatura e o Criador, pois "[...] nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho [...]" (Romanos 5:10). O discípulo do Mestre é chamado a reconciliar vidas, pacificar confrontos e promover a paz. E nunca promover a discórdia. Ademais, a principal missão do cristão é anunciar as boas novas de paz, o Evangelho da salvação em Cristo Jesus. "Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus." 2 Coríntios 5:20

MATEUS 5:10 "Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus."

Praticar a justiça de Deus num mundo deveras iníquo incita a ira e o ódio dos ímpios contra os justos. Paulo assevera que "todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (2 Timóteo 3:12). Poucos profetas e apóstolos do Senhor não sofreram perseguição e morte por causa de sua pregação ousada e confrontante. João, o batista, perdeu a cabeça. Pedro, o apóstolo, foi crucificado de cabeça para baixo. Estevão, o diácono, martirizado. Jesus, o Cristo, crucificado. E assim continua até o dia de hoje. E nós? Temos sofrido perseguição? Temos causado impacto no mundo por meio da pregação ousada e confrontante do Evangelho e da justiça do Reino de Deus? Temos sido o sal ou o 'açúcar' desta terra?

MATEUS 5:11-12 "Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês."
Como vimos no versículo anterior (v. 10), 'praticar a justiça de Deus num mundo deveras iníquo incita a ira e o ódio dos ímpios contra os justos'. Nestes versículos (vs. 11-12), o Senhor Jesus nos adverte que, por causa de seu Nome e da pregação do Evangelho, sofreremos insultos, calúnias e perseguições. Entretanto, não devemos ficar tristes por causa do desprezo ou do ódio dos ímpios contra nós. O que Jesus quer nos ensinar é que faz parte do ofício profético o enfrentamento de levantes odiosos daqueles que preferem viver nas trevas contra aqueles que proclamam ousadamente as verdades do Reino e a supremacia do Nome de Jesus. Devemos nos alegrar e recordar que os antigos profetas também suportaram perseguição, e crermos que seremos recompensados pelo Senhor.

MATEUS 5:13 "Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens."
Muitas são as utilidades do sal: temperar, conservar, limpar feridas, pavimentar estradas, etc. Jesus destaca a qualidade do sal em dar sabor e salgar as refeições. Ao comparar seus discípulos com o sal, o Mestre quer dizer que devemos dar sabor a este mundo insosso que jaz no maligno através de nossas boas obras realizadas em Cristo Jesus. Agora, imagine se uma dona de casa for ao supermercado, comprar sal e quando utilizar o sal para temperar sua comida perceber que a comida está totalmente sem sabor? Da mesma forma, Jesus assevera que, se seus discípulos não praticarem frutos que deem sabor a este mundo corrompido, não servirão para nada e serão deslocados de sua nobre função de salgar para serem pisados por pessoas nas estradas. Ou seja, ao invés de influenciarem o mundo e participarem da missão dado por Cristo de produzir muitos frutos, sofrerão castigo.

MATEUS 5:14 "Vocês são a luz do mundo [...]"

O Senhor Jesus se utiliza de metáforas de simples entendimento para trazer ensinamentos profundos a seus seguidores. O que seria do mundo sem a luz? A escuridão não permite que se enxergue coisa alguma, faz tropeçar e impede o desenvolvimento de quaisquer atividades. Quando a luz brilha em meio à escuridão, podemos ver claramente tudo ao redor, bem como o caminho a seguir. Os discípulos de Cristo Jesus são chamados a ser luz ante à escuridão do mundo. Por meio de suas boas obras, o cristão ilumina o ambiente ao redor e revela ao mundo o caminho da justiça do Reino, bem como expõe as obras más e infrutíferas das trevas. "Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz." (Efésios 5:8)

MATEUS 5:14-16 "[...] Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus."
Para Jesus, não existe esta expressão de 'crente 007' (agente secreto). Pelo contrário. O discípulo do Mestre precisa influenciar o mundo por meio de suas boas obras realizadas em Cristo. Entretanto, Jesus não deseja que seus discípulos sejam hipócritas, praticando atos bondosos somente para serem vistos pelos outros. Devemos ser exemplo, sem perder a sinceridade e a pureza de coração. Expor nossos frutos sem que ultrapassemos o limite da arrogância. Portanto, devemos vigiar para que nossa luz ilumine sem que tornemos a lâmpada o alvo da atenção, mas sim o azeite - agente causador da luz, ou seja, o Espírito de Jesus que em nós habita.

MATEUS 5:17: "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir."

Jesus cumpriu tudo o que sobre si estava escrito na Lei e nos Profetas. O Tanach (Velho Testamento) traz como tema principal o Messias, o Ungido, o Cristo. Profecias e leis tratavam com exatidão sobre o nascimento, a vida, a morte e a ressurreição do Servo Sofredor, do Cordeiro de Deus e Leão de Judá. Deus estabeleceu a nação de Israel como protetora das Escrituras e como origem terrena do Messias, por meio de Judá e seus descendentes. Jesus está dizendo que tudo o que foi escrito a seu respeito pelos israelitas é verdade e precisava ser cumprido à risca: "Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos" (Lucas 24:44). Somente por intermédio do cumprimento das profecias e da lei na própria carne de Jesus tornou-se possível que um Novo Testamento fosse inaugurado e estabelecido: "Cristo é o mediador de uma nova aliança [...]" (Hebreus 9:15).

MATEUS 5:18 "Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra."
Tudo o que foi profetizado pelos profetas sob a inspiração divina terá necessariamente de acontecer. Seja a menor profecia ou a mais impactante de todas indubitavelmente irá se cumprir, pois o Senhor disse. Várias profecias apontam o futuro da nação de Israel e da intervenção sobrenatural do Messias em favor da cidade santa e de seu povo escolhido. Um exemplo é a profecia de Zacarias. A nação de Israel será cercada de inimigos na cidade de Jerusalém. Então, o Messias virá em defesa de seu povo, que, ao ver o Cristo, chorará de tristeza por saber que mataram o seu Redentor quando de sua primeira vinda: "E derramarei sobre a família de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de súplicas. Olharão para mim, aquele a quem traspassaram, e chorarão por ele como quem chora a perda de um filho único, e lamentarão amargamente por ele como quem lamenta a perda do filho mais velho." (Zacarias 12:10)

MATEUS 5:19 "Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus."

COMENTÁRIOS: A Nova Aliança possui leis e mandamentos que precisam ser cumpridos pelos discípulos de Jesus. Todo reino possui suas leis. E não é diferente no Reino de Deus. Jesus é nosso Rei e nos agraciou com leis justas e de profunda sabedoria que beneficiam a humanidade quando são obedecidas. Assim como Moisés, Jesus dita ao povo seus mandamentos que regerão os filhos do Reino na Nova Aliança. Nossa posição no Reino dependerá da nossa diligência em obedecer aos mandamentos de Jesus. O Mestre chama a atenção daqueles que ensinam sobre as Escrituras: o chamado é para ser fiel, pois se ensinarmos diferentemente do que ensinado pelo Mestre, seremos considerados mínimos no Reino. Os discípulos de Jesus são chamados a praticar e ensinar com exatidão os mandamentos do Reino. Estudaremos os mandamentos versículos à frente.

MATEUS 5:20 "Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus."

COMENTÁRIOS: A justiça praticada pelos fariseus era exterior. O intuito era chamar a atenção das pessoas para si próprio, fazendo transparecer uma pseudo bondade e arrogante superioridade, fundada em hipocrisia alienante e soberba destruidora. Jesus deseja tratar o interior do ser humano, de tal forma que qualquer ato de justiça praticado por seu discípulo seja simplesmente fruto de um coração puro e regenerado. Não há como ser cidadão do Reino sem que o coração seja transformado por meio do novo nascimento. Somente em Cristo Jesus poderemos praticar atos de justiça conforme Deus deseja.

MATEUS 5:21 "Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’, e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’."
O Senhor Jesus iniciará a exposição de seus mandamentos. Para tanto, o Mestre citará um mandamento da Lei de Moisés para introduzir o assunto que será tratado pelo novo mandamento dado por Cristo. O primeiro mandamento elegido por Jesus se refere à proibição de atentar contra a vida do próximo. Ou seja, este mandamento prioriza a vida e a sua preservação. O Mestre irá trazer o verdadeiro sentido deste mandamento fundamental para a sobrevivência e a relação humana. Veremos no próximo versículo.

MATEUS 5:22a "Eu, porém, vos digo [...]"
COMENTÁRIOS: Que afirmação poderosa: 'EU, PORÉM, VOS DIGO'. O Filho de Deus instituindo a Lei que vigorará na Nova Aliança. Deus falando por meio de seu Filho Amado, fornecendo à humanidade a revelação final e última da Sua vontade. Jesus não é apenas um profeta como Moisés que deu aos israelitas a Lei. Ele é o Filho Eterno de Deus, aquele que foi por Deus constituído herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fora feito o universo. Jesus é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do Ser do Pai Eterno. Não esqueçamos destas palavras: 'EU, PORÉM, VOS DIGO'. Vivemos sob novos mandamentos dados por Cristo Jesus, o mediador da Nova Aliança. A Ele, devemos obediência.

MATEUS 5:22b "[...] qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: ‘Racá’, será levado ao tribunal. E qualquer que disser: ‘Louco! ’, corre o risco de ir para o fogo do inferno."
COMENTÁRIOS: A Lei não permitia tirar a vida de outrem. Jesus plenifica a Lei e proíbe a prática de atos que nulifiquem* um indivíduo (*significado: tornem insignificante, reduzam a nada). O termo 'Racá' significa 'aquele que não presta pra nada', 'zero à esquerda', imprestável. A preocupação de Jesus é com a auto-imagem do ofendido que pode sentir-se 'um ninguém', alguém sem utilidade. Quantos já não se suicidaram por causa de uma rejeição? Temos uma grande responsabilidade diante de Deus e do próximo. Nossas palavras e atos podem machucam, ferir, anular nosso próximo. Quantos já não esbravejaram contra um filho, dizendo: 'você não presta pra nada', 'antes não tivesse nascido'. E assim o inimigo ganha terreno na vida do ofendido e o leva à depressão. Precisamos medir nossas palavras e refletir sobre nossas atitudes, de forma que não desobedeçamos este importante mandamento de Cristo Jesus, pois o castigo é severo: julgamento, tribunal e inferno. Sejamos portadores de palavras abençoadoras, que edifiquem o próximo e tragam esperança, mesmo quando seja necessária a correção.

MATEUS 5:23-24 "Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta."

COMENTÁRIOS: 'Apresentar a oferta diante do altar' era uma prática comum entre os israelitas e importava em levar um animal ao sacerdote no Templo para ser sacrificado para perdão de pecados. O que Jesus está dizendo é que antes de pedirmos perdão a Deus devemos perdoar aqueles que nos ofenderam. Na oração do 'Pai Nosso', o Mestre nos ensina que se não perdoarmos as ofensas uns dos outros, o Pai celestial não nos perdoará (Mateus 6:15). Não adiantaria nada alguém levar ao sacerdote, para receber o perdão dos pecados, seu melhor cordeirinho para sacrifício se não perdoasse aqueles que lhe ofenderam, assim como de nada adianta clamarmos perdão a Deus se não perdoarmos aqueles que nos ofenderam. Ainda hoje, libere perdão aos seus ofensores e recebe o perdão de Cristo Jesus em sua vida.

MATEUS 5:25-26 "Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão. Eu lhe garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo."
COMENTÁRIOS: Sem prejuízo do sentido espiritual das palavras do Mestre, podemos claramente extrair deste texto um sentido pragmático: 'reconcilie-se com aquele que você ofendeu, antes que o caso vá parar no Juiz'. Eu, como advogado, tenho e já presenciei diversos processos que envolvem ofensas, injúrias, danos morais, etc. Jesus está dizendo que é bem melhor fazer as pazes com aquele que se sentiu ofendido do que encarar os rigores da lei. Interessante salientar que o Código Penal traz a possibilidade de retratação da ofensa (art. 143) como forma de isenção de pena, dando a possibilidade ao ofensor que se reconcilie com o ofendido.

MATEUS 5: 27 "Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’."
Segundo a Lei de Moisés, o adultério consistia na prática de ato sexual por pessoa casada com terceiro que não fosse seu cônjuge. Será que para o Senhor Jesus adultério se concretiza apenas quando há conjunção carnal? Por que o Mestre destaca da Lei este mandamento? Veremos no próximo versículo.

MATEUS 5:28 "Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela."
COMENTÁRIOS: De acordo com o Senhor Jesus, adultério não consiste apenas na prática física de ato sexual por alguém casado com pessoa que não seja seu cônjuge, mas tão somente no olhar cobiçoso, ou seja: o olhar de desejo ardente, aquele que ultrapassa a admiração da beleza e que desencadeia sentimentos libidinosos (sensuais, lascivos). O primeiro ato praticado pelo adúltero procede de um coração libertino, por meio do olhar inconveniente e carregado de atração sexual naquele (a) que não seja seu próprio cônjuge.


MATEUS 5:29-30 "Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno."
COMENTÁRIOS: A sugestão do Mestre é direta e sem rodeios: 'corte o mal pela raiz'. O assunto ainda é sobre o adultério mental. O que Jesus quer dizer é que seu discípulo deve eliminar os meios que provoquem a tentação no coração. Por exemplo: a pornografia é consumida por milhões de brasileiros e, geralmente, o computador é utilizado para ter-se acesso a conteúdo pornográfico. Nestes casos, o cristão deve urgentemente eliminar o meio tentador, ou seja, o acesso livre através do computador, seja por um bloqueador de conteúdo pornográfico, ou não utilizando o computador quando sozinho, ou ainda deixando de fazer uso do equipamento, se necessário. Pois é melhor 'cortar na carne' e ir para o céu do que ir para o inferno com computador e tudo.''

MATEUS 5:31 "Foi dito: ‘Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio’."
COMENTÁRIOS: Jesus toca em um dos assuntos mais polêmicos entre os judeus há 2 mil anos atrás e também entre a igreja contemporânea: o DIVÓRCIO. A Lei de Moisés regulava a questão permitindo o divórcio (Deuteronômio 24), desde que o marido fornecesse à esposa um documento chamado 'certidão de divórcio', para que a repudiada pudesse contrair novas núpcias, não necessitando, assim, dedicar-se à mendicância ou à prostituição, que era, usualmente, o fim das mulheres que eram expulsas de suas casas. Ou seja, a Lei do Divórcio possuía um caráter humanitário de proteção à mulher repudiada frente ao seu esposo egoísta e perverso. Mas, o que Jesus tem a dizer sobre o divórcio? Veremos no próximo versículo.

MATEUS 5:32 "Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de fornicação, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério."
COMENTÁRIOS: O tema DIVÓRCIO e NOVO CASAMENTO necessitaria de um estudo mais profundo e denso para sua plena explicação. Em linhas gerais, o Senhor Jesus proíbe a prática do divórcio e do novo casamento. Porém, o Mestre destaca uma única exceção como causa de permissão para o repúdio. Ocorre que apenas o Evangelho de Mateus prevê tal exceção. Em todos os outros textos paralelos na Bíblia sobre este assunto não há qualquer cláusula de exceção para o divórcio e o novo casamento. Vejamos: MARCOS 10:11-12: "Todo aquele que se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério contra ela. E se ela se divorciar de seu marido e se casar com outro homem, estará cometendo adultério." LUCAS 16:18 "Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher estará cometendo adultério, e o homem que se casar com uma mulher divorciada do seu marido estará cometendo adultério." PORTANTO, como entender a exceção elencada por Jesus em Mateus? Se há permissão para se divorciar e casar de novo, por que os outros Evangelhos não preveem tal exceção? Veremos a seguir.

MATEUS 5:32 "Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de fornicação, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério."

COMENTÁRIOS (em continuação): A única exceção para o repúdio elencada por Jesus é a fornicação. O termo grego para fornicação é 'porneia' e significa 'relação sexual entre pessoas solteiras (não casadas)', 'imoralidade sexual'. Ou seja, não se trata de traição do cônjuge com outra pessoa que não seu consorte. Neste caso, a palavra grega para adultério é 'moicheia'. Para entendermos melhor o que o Mestre realmente permitiu com a exceção para o repúdio, precisamos analisar a cultura judaica. Os judeus não possuiam a figura do namoro. Era realizado um contrato de promessa de casamento (similar ao noivado) que obrigava os noivos a se casarem dentro de certo prazo (geralmente um ano). Neste período, caso houvesse traição (infidelidade - porneia - relação sexual fora do casamento), o noivo traído poderia anular o contrato e não precisaria se casar com o infiel. O melhor exemplo para entendermos esta exceção se refere a José e Maria. Eles estavam noivos. Quando José descobre a gravidez de Maria, ele pretende desfazer o contrato de compromisso de casamento (noivado) em razão de suposta infidelidade de Maria, até ser avisado pelo anjo que Maria não o havia traído, mas que se achava grávida por intervenção divina. PORTANTO, não há exceção para o divórcio de pessoas já casadas e muito menos para o novo casamento. O matrimônio, segundo Jesus, é indissolúvel até a morte. Este é o ensino do Mestre, modificando a Lei Mosaica que permitia o divórcio. Veremos mais profundamente este tema quando tratarmos dos versículos capítulo 19 do Evangelho de Mateus.

MATEUS 5:32 "Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de fornicação, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério."
COMENTÁRIOS (em continuação): Ainda sobre a exceção ao divórcio, qual seja: fornicação, importante ressaltar um outro sentido que a palavra grega 'porneia' (fornicação) pode assumir no contexto em análise: 'relações sexuais ilícitas e proibidas', elencadas no capítulo 18 de Levítico (incesto, bestialidade e união homossexual). Considerando que a proibição elencada no capítulo acima citado fora mantida na vigência da Nova Aliança, de acordo com a decisão tomada pelos apóstolos no Concílio de Jerusalém (Atos 15:28-29), é possível concluir que Jesus permitiu o divórcio nos casos de casamento sob incesto ou união homoafetiva. Por exemplo: um casal de irmãos que se casaram terão a permissão de Deus para promoverem o divórcio desta união incestuosa. Assim como no caso de duas mulheres se casarem poderão (e deverão) se divorciar sob a permissão do Criador.

MATEUS 5:33 "Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor’."

COMENTÁRIOS: Muito comum na cultura judaica era a prática do JURAMENTO. Os judeus fechavam negócios comerciais através do juramento. Jurava-se em nome de Deus, em nome do Templo, do altar do Templo, etc. Quem nunca jurou em nome de alguém ou algo para tornar a palavra mais crível? Até as crianças costumam jurar 'de pé junto', jurar 'pela mãe', etc, para assegurar que não fizeram nada de errado. Mas, o que será que Jesus tem a dizer a respeito dos juramentos? Podemos jurar? Veremos nos próximos versículos.

MATEUS 5:34-37 "Eu, porém, vos digo: Não jurem de forma alguma: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo. Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno".
COMENTÁRIOS: Mais uma vez, Jesus modifica a Lei de Moisés e introduz um novo mandamento: a proibição do JURAMENTO. O discípulo de Cristo não deve JURAR por nada para firmar sua palavra. Quando o cristão diz sim, é sim. Quando diz não, é não. Ele não mente e nem volta atrás com sua palavra. O seguidor do Mestre é fiel nos negócios comerciais e na vida pessoal. A honestidade é sua marca característica. Mesmo sofrendo prejuízo, aquilo que foi prometido será cumprido. Esse é o modelo de Cristo Jesus para seus discípulos. O que passar disso, não procede do Mestre, mas sim do maligno, que é o pai da mentira. A Igreja de Jesus precisa retomar urgentemente o padrão de honestidade instituído por Cristo.

MATEUS 5:38 "Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente."

COMENTÁRIOS: A Lei Mosaica previa a punição do ofensor na mesma medida da ofensa praticada. Se uma ferida fosse feita, o agressor seria ferido. Se um olho fosse machucado, o agressor pagaria com seu olho. Entretanto, a Lei ordenava que fosse dado ao transgressor o direito a um julgamento justo, conduzido por juízes dentre o povo. Ocorre que os israelitas estavam aplicando a Lei do olho por olho de forma arbitrária, sem que houvesse julgamento. Imperava a lei do mais forte. Diversas injustiças estavam sendo cometidas. O que será que o Senhor Jesus tem a dizer sobre a chamada 'Lei de Talião', ou seja, o mandamento do 'olho por olho dente por dente', o famoso 'pagar na mesma moeda'? Veremos nos próximos versículos.

MATEUS 5:39 “Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.”
COMENTÁRIOS: Jesus institui a ‘Lei da Não-Resistência’. Segundo o Mestre, não é permitido a seu discípulo revidar a ofensa sofrida. Pelo contrário. O discípulo de Cristo responde à agressão oferecendo a outra face. Não lhe é permitido reagir à agressão e a atitude seguinte à ofensa é contrapor o agressor com o convite a prosseguir em sua covardia, o velho ditado “chutar cachorro morto”. Em uma sociedade sôfrega por revanche e por vingança, Jesus nos convida a deixar sob a responsabilidade das autoridades competentes qualquer intervenção contra o agressor, sem que a iniciativa proceda do discípulo do Mestre. O cristão não se move contra aquele que lhe ofendeu, pois deposita em Deus toda esperança de justiça, ciente que “a ira do homem não produz a justiça de Deus”. (Tiago 1:20)

MATEUS 5:40-42 "E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado".
COMENTÁRIOS: O cristão não contende por seus direitos. Seu advogado é Jesus. Seu Justo Juiz, Deus. Novamente, o Mestre convida seu discípulo a confrontar aquele que gratuitamente se lhe opõe por meio da proposição da covardia. Parece que o Mestre utiliza-se do famoso ditado: 'dar corda para alguém se enforcar', não que o seu desejo seja que o agressor se 'enforque', mas que se CONSTRANJA com a atitude do cristão em dar a outra face e que deixe de cometer injustiça. ENTRETANTO, caso não se arrependa, a Palavra diz: Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. (Romanos 12:19).


MATEUS 5:43 "Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo."

COMENTÁRIOS: A Lei de Moisés ordenava que se amasse o irmão israelita como a si próprio (Levítico 19:18) e de igual forma se amasse o estrangeiro (Deuteronômio 10:19). Entretanto, os judeus amavam apenas seus irmãos judeus e desprezavam os gentios (estrangeiro - aquele que não era judeu), pois os tinham como inimigo. Além disso, os eruditos da lei concluíram que se a Lei ordenava que se amasse o próximo, entendido como o amigo, dever-se-ia odiar o inimigo. O que será que Jesus tem a dizer sobre isto? Veremos nos próximos versículos.

MATEUS 5:44-45 "Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus [...]"
COMENTÁRIOS: 'Amar os inimigos'. Esta é a ORDEM do Mestre. Seja ele judeu ou gentio (inclusive os maldosos romanos), homem ou mulher, pobre ou rico, independente de cor, religião, etc. Porém, o mandamento de Cristo vai muito mais profundo: como amar aquele que nos maltrata e nos faz tão mal? Um inimigo? Se desejamos ser filhos de Deus e nos parecermos com nosso Pai celeste, devemos simplesmente OBEDECER. Amar é fazer o bem, é orar pelo perseguidor, é ajudar o ofensor, é abençoar o maldizente, é estender as mãos ao agressor. Estamos realmente dispostos a seguir o Mestre?

MATEUS 5:45 "[...] porque Deus faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos."
COMENTÁRIOS: O fundamento que Jesus apresenta a seus discípulos para que façam o bem a seus inimigos é a atitude de Deus Pai para com a humanidade. O Senhor Deus concede o 'seu sol' para agraciar pessoas boas e más, e derrama chuva para abençoar a plantação e matar a sede dos justos e dos injustos. Se o próprio Deus trata com bondade aqueles que se fazem inimigos de Deus, quanto mais nós - discípulos de Cristo - devemos andar em seus passos.

MATEUS 5:46-47 "Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?"
COMENTÁRIOS: Fazer o bem a quem nos faz o bem é fácil e até natural. Mas, o Mestre nos convida à superação, ao antinatural, ao anormal, ao sobrenatural: amar os inimigos. Cristo Jesus ensina que a justiça do seu discípulo precisa ser superior a dos fariseus e mestres da lei. Quão superior não precisará ser a justiça do discípulo em relação aos publicanos traidores da nação e aos gentios pagãos e idólatras?

MATEUS 5:48 "Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial."
COMENTÁRIOS: A preocupação de Jesus com o comportamento de seu discípulo em relação ao próximo é tanta que Ele exige do cristão a PERFEIÇÃO. E não é a perfeição dos imperfeitos, mas a perfeição de Deus. O parâmetro do discípulo é a atitude de Deus para com a humanidade. Fazer o bem a quem lhe faz mal, abençoar quem lhe maldiz, socorrer quem lhe despreza, 'estender a mão a um povo rebelde e contradizente'. Precisamos buscar a perfeição de Deus para nos parecermos com Ele.

MATEUS 6:1 "Guardai-vos de fazer a vossa caridade diante dos homens [...]”
COMENTÁRIOS: Contribuir em prol do necessitado é muito mais do que uma ordenança, constitui-se num PRIVILÉGIO. O termo hebraico para caridade é 'tsedacá' e sua tradução mais correta é 'justiça social'. O discípulo do Mestre precisa entender a profundidade que a caridade possui. Somos membros uns dos outros, criados pelo mesmo Deus. Quando o Senhor concede bens para alguém administrar, é necessário que esse alguém se importe em devolver a Deus parte daquilo que lhe foi confiado, por meio de atos que promovam a justiça social, ou seja, a mitigação do sofrimento do pobre e do necessitado.

MATEUS 6:1-2 "Guardai-vos de fazer a vossa caridade diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa."
COMENTÁRIOS (em continuação): A preocupação de Jesus é com a HIPOCRISIA. Este vocábulo vem de hipócrita, do grego 'hupokrités', e significa 'ator', 'alguém que interpreta', 'uma pessoa de duas faces ou que usa máscaras'. Quando a caridade é realizada com o fim de autopromoção, os APLAUSOS são a própria e única RECOMPENSA. Somos ensinados por Cristo que não devemos buscar o reconhecimento da sociedade. O amor ao próximo necessitado é o que deve nortear nossas boas obras. Nunca devemos INTERPRETAR uma personagem caridosa e preocupada com o próximo, atraindo para nós mesmos os holofotes. Toda e qualquer obra de caridade praticada pelo discípulo de Jesus deve visar à mitigação do sofrimento humano.

MATEUS 6:3-4 "Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará."
COMENTÁRIOS: O ensino de Jesus é tão rigoroso que a recomendação é para que não venhamos a ter sentimento de orgulho de nós próprios (minha mão esquerda não deve saber o que fez minha mão direita, ou seja: eu comigo mesmo). Devemos evitar a todo custo a soberba e a altivez. O único sentimento que o cristão pode ter é a gratidão por lhe ter sido confiado o necessário ao socorro do desamparado, pois aquilo que o Criador nos dá em excesso não é nosso, mas do necessitado.

MATEUS 6:5 "E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa."
COMENTÁRIOS: Seria possível alguém orar para ser visto pelos outros? Sim. Os fariseus costumavam orar em público, em alto e bom som, para que as pessoas observassem sua pseudo-piedade. Entretanto, não era uma oração de humilhação. Pelo contrário. Os fariseus elogiavam a si próprios nas orações, orgulhando-se por não serem como os demais pecadores. Jesus ensina que aqueles que assim fazem já receberam a recompensa de sua altivez. Não terão suas orações respondidas pelo Pai.

MATEUS 6:6 "Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará."
COMENTÁRIOS: ORAÇÃO: o momento de mais profunda comunhão e intimidade entre filho e Pai. O Mestre se importa tanto com a ORAÇÃO que Ele ensina seus discípulos ONDE, COMO e QUANDO ORAR. Jesus nos ensina que a oração individual precisa ser num ambiente privado, quieto, não passível de interrupções, de forma a proporcionar o ambiente propício para se ouvir a voz do Criador e se derramar de corpo e alma aos pés do Pai.

MATEUS 6:7-8 "E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes."
COMENTÁRIOS: O Senhor não se agrada de rezas prontas e repetitivas, pois soam mecânicas e desprovidas de 'calor humano'. Não é a quantidade de palavras ditas que atrai a atenção do Pai, mais sim o derramamento do coração em sua Santa Presença. Deus é onisciente, ou seja, Ele sabe de todas as coisas, inclusive daquilo que iremos pedir a Ele. Porém, o Senhor tem prazer em ouvir a petição sincera de seus filhos.

MATEUS 6:9 "Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus [...]".
COMENTÁRIOS: O Mestre ensina o modelo da oração que agrada o Pai Celeste. O primeiro item que Jesus destaca e que precisa haver em toda oração é o PAI NOSSO. Que privilégio poder chamar de PAI nosso Criador. Por meio de Cristo Jesus, somos feitos filhos de Deus. Por meio do sangue do Cordeiro, somos reconciliados com o Criador. Não estamos órfãos de Pai. Ele é o criador do universo. Descanse nEle. No momento mais difícil, não se esqueça: você tem um Pai que cuida de ti.

MATEUS 6:9 "[...] santificado seja o teu nome [...]"
COMENTÁRIO: Santificado quer dizer separado, consagrado, posto no lugar devido. Santificar o nome do Criador significa praticar atos que dignifiquem sua Pessoa. Não quer dizer que Deus deixará de ser honrado pelas práticas pecaminosas de seus filhos. Porém, é nossa responsabilidade mostrar ao mundo a grandeza do nome do Criador. Precisamos honrá-lO dentre os perdidos de forma que Seu Nome não seja blasfemado entre os ímpios. O Criador diz: "Mostrarei a santidade do meu santo nome, o qual foi profanado entre as nações, o nome que vocês profanaram no meio delas. Então as nações saberão que Eu sou o Senhor, palavra do Soberano Senhor, quando Eu me mostrar santo por meio de vocês diante dos olhos delas" (Ezequiel 36:23-24). Temos santificado o nome de Deus na sociedade ou o temos blasfemado?

MATEUS 6:10 "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu."

COMENTÁRIOS: Será que Deus não realiza sua vontade no céu? Claro que realiza! Precisamos entender por que Jesus ora para que a vontade do Pai seja feita 'assim na terra como no céu'. O que o Mestre quer dizer é que precisamos orar com a finalidade de que a vontade de Deus seja realizada na terra da mesma forma que Deus a realiza nos céus. Por isso o Mestre diz: venha o teu reino! Ou seja, o desejo do Criador é que o reino celestial se manifeste na terra por meio de seus filhos, através do sobrenatural operado pela fé no Cristo. Quando há cura, libertação, atos de amor e graça, salvação, etc, o reino se manifesta na terra e a vontade perfeita do Pai é realizada. A humanidade necessita que o reino de Deus se manifeste. Precisamos nos levantar em oração para que a vontade de Deus seja realizada nesta terra assim como já é realizada no céu. Devemos trazer os céus para a terra. Urgentemente.


MATEUS 6:11 "O pão nosso de cada dia nos dá hoje."

COMENTÁRIOS: O Mestre não nos ensina a orar por coisas supérfluas e desnecessárias. O alvo da oração do discípulo de Cristo deve ser o necessário para o dia-a-dia, de modo que o Senhor não deixe faltar o pão na mesa, ou seja, o sustento necessário para uma vida digna e confortável. É certo que o Senhor não desampara seus filhos e lhes concedem o seu sustento, pois Ele supre todas as nossas necessidades, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus (Filipenses 4:19).

MATEUS 6:12 "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores."
COMENTÁRIOS: Todos pecamos e, por isso, carecemos da graça e da misericórdia de Deus. Somos totalmente dependentes do perdão de Deus que nos fora oferecido por meio de Cristo Jesus. Porém, o Mestre aponta um princípio importantíssimo: 'devemos perdoar'. Não podemos chegar diante de Deus e esperar que Ele nos perdoe se não tivermos perdoado aqueles que nos ofenderam. A cláusula é absoluta: 'perdoar para ser perdoado'. A oração deve ser: 'me perdoa Senhor da mesma forma que eu perdoei o meu ofensor'. Ainda há tempo de liberar perdão.
Obs. Estudaremos mais profundamente sobre o perdão capítulos à frente.

MATEUS 6:13 "[...] porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém."
COMENTÁRIOS: A oração do 'Pai Nosso' não poderia terminar de maneira melhor: 'Senhor, reconheço tua soberania e teu governo sobre mim e sobre todos'. Esse é o significado do versículo em comento. Nada foge dos olhos do Pai. Nada sai de seu controle. Devemos lembrar a nós mesmos a grandeza de nosso Pai Celeste e seu domínio sobre tudo o há. Não termine sua oração sem reconhecer em voz audível quem é seu Pai.

MATEUS 6:14-15 "Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas."
COMENTÁRIOS: Às vezes, não nos atentamos para a seriedade das palavras do Mestre como deveríamos nos atentar. O Cristo, o Filho do Deus Vivo, diz em alto e bom tom que se não perdoarmos nosso ofensor não seremos perdoados por Deus. Só colheremos perdão se plantarmos perdão. É sério. É grave. Envolve a salvação. Devemos obedecer nosso Senhor e Rei se desejamos ser filhos do Altíssimo e cidadãos do Reino dos Céus. PERDOAR PARA SER PERDOADO. Esse é o ensino do Mestre.

MATEUS 6:16-18 "Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os homens vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa. Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto, para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará."
COMENTÁRIOS: Os fariseus tinham como prática JEJUAR duas vezes por semana. O intuito deste jejum era o de mostrar à sociedade sua pseudo piedade e comunhão com Deus. Por isso, os fariseus não penteavam o cabelo nem a barba e não lavavam o rosto nestes dias. Jesus REPROVA esta prática hipócrita dos fariseus e ensina seus discípulos que o jejum agradável a Deus é o praticado em segredo. Tudo o que é feito para Deus de forma sigilosa perante os homens é recompensado diretamente pelo Eterno.

MATEUS 6:19 "Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam."

COMENTÁRIOS: A ordem do Mestre Jesus é para que seus discípulos não acumulem riquezas. Acumular significa ter em excesso, ter mais do que o necessário. A ideia é a de uma pessoa guardar algo de valor, além do necessário para a sobrevivência digna; aquilo que não está à mão para ser utilizado, mas sim guardado para o futuro. Todo o excesso está sujeito aos infortúnios do tempo, da variabilidade da economia e da ação de malfeitores.

MATEUS 6:20 "Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam."
COMENTÁRIOS: A ordem do Mestre é que acumulemos bastante riquezas no céu. Ao contrário das riquezas terrenas, devemos ter em grande excesso riquezas junto a Deus Pai. O lema é: 'quanto mais melhor'. Mas, como acumularemos riquezas no céu? Obedecendo ao Senhor. Isso mesmo. Quando cumprimos os mandamentos de Cristo Jesus, estamos juntando riquezas celestiais, tesouros que não se sujeitam à deterioração ou ao arbítrio de malfeitores. Amar ao próximo, alimentar o faminto, ser pacificador, pregar o Evangelho, etc. Todos quantos mandamentos há são para o nosso bem e trarão preciosos galardões aos que os cumprem.

MATEUS 6:21 "Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração."
COMENTÁRIOS: Se acumularmos riquezas nesta terra, certamente empenharemos nossos pensamentos e esforços nas coisas deste mundo. Entretanto, se buscarmos o Reino dos céus, nosso corpo, alma e espírito estarão envolvidos com as coisas eternas. Devemos lembrar que somos peregrinos e forasteiros nesta terra. Estamos apenas de passagem. Corremos em direção a uma pátria superior. Por isso, não devemos ajuntar tesouros de natureza efêmera, mas sim nos empenhar em acumular riquezas eternas. Onde está nosso pensamento? Onde temos empenhado nossos esforços? Qual tem sido nosso alvo? "[...] buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra [...]" Colossenses 3:1,2


MATEUS 6:22-23 "Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!"
COMENTÁRIOS: Neste contexto, o Mestre trata da relação do seu discípulo com as riquezas deste mundo. 'Olho bom' se traduz por generosidade e liberalidade. Já 'olho mau' significa avareza, egoísmo e inveja. Se nos deixarmos ser guiados pela generosidade, toda nossa vida será iluminada pelo favor de Deus, pois "quem vê com olhos bondosos será abençoado; porque dá do seu pão ao pobre" (Provérbios 22:9). Já o "olhar altivo e coração orgulhoso, tal lâmpada dos ímpios é pecado" (Provérbios 21:4). A pessoa que é mesquinha não consegue ver para onde está indo, pois seu coração hedonista e invejoso o conduz pelo caminho mau. O cristão precisa ser generoso e tratar a vida com liberalidade.

MATEUS 6:24 "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro."

COMENTÁRIOS: O Mestre ensina que é impossível para o seu discípulo devotar sua vida a Deus se ele cobiçar as riquezas deste mundo. O dinheiro é tratado por Jesus como um senhor, um patrão, que domina sobre aquele que corre atrás de riquezas terrenas. Em resumo, o Mestre nos propõe uma escolha: Deus Pai ou o deus-dinheiro! Quando a prioridade é o dinheiro, as pessoas tendem a perder o senso de honestidade e acabam percorrendo caminhos ilícitos, além de agirem de maneira gananciosa e egoísta. Por isso, o apóstolo Paulo diz que "o amor ao dinheiro é raiz de todos os males" (1 Timóteo 6:10).

MATEUS 6:25 "Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?"
COMENTÁRIOS: A ordem do Mestre é para que não andemos ansiosos. A ansiedade é causadora de diversos males às pessoas. O medo do futuro e do dia de amanhã. A preocupação com o que a vida nos reserva. O Senhor Jesus não deseja que seu discípulo sofra antecipadamente por algo que não está sob seu controle, mas sim sob os cuidados de Deus. Por que causar males ao corpo pensando nas vestes que o cobrirão, sendo que estamos lhe infringindo dores e somatizando doenças? Qual é mais importante: nossa vida ou nossas preocupações?

MATEUS 6:26 "Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?"
COMENTÁRIOS: O Deus Criador cuida de suas criaturas. Esta afirmação nos trás consolo e paz para os momentos de dificuldades. Nós não sabemos exatamente como as aves encontram seu alimento. Entretanto, podemos observar que elas estão bem cuidadas e nutridas, pois seu Criador as alimenta. Quão maior valor não terá a criação mais importante diante do Pai? Nós somos filhos de Deus, obra prima de sua criação. O Senhor cuidará de nós. Descanse nEle.

MATEUS 6:27 "Quem de vocês, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?"
COMENTÁRIOS: O Mestre nos ensina uma lição preciosa: "há coisas que não estão sob o nosso controle!" Esta afirmação é verdadeira e deve ser aceita pelo discípulo de Cristo. O dia de nossa morte não está sob o nosso poder e controle, mas tão somente sob a soberania do Pai Celestial. Precisamos entender que nem tudo (ou quase nada) está debaixo do nosso domínio. Por isso, carecemos da misericórdia do Criador e Conservador de tudo o que há. Devemos aprender a dependermos de nosso Pai Eterno, pois Ele reina soberanamente.

MATEUS 6:28-30 "Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?"
COMENTÁRIOS: Jesus é de uma simplicidade ímpar. Seus ensinamentos demonstram de forma simples, porém profunda a desnecessidade de seu discípulo andar ansioso. O Mestre nos orienta a olharmos os lírios do campo. Quão lindos são! Cuidados e vestidos pelo Criador com uma beleza exótica. Se o Pai não privou uma simples flor de tamanha beleza e riqueza de detalhes, será que não demonstrará seu cuidado em favor de seus filhos? Será que o Pai deixará seus filhos nus enquanto os lírios estão graciosamente vestidos? Homens de pequena fé!

MATEUS 6:31-32 "Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir?’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas."

COMENTÁRIOS: O emprego de esforço excessivo em busca de bens materiais é condenado pelo Senhor Jesus. O discípulo de Cristo não pode estar inteiramente ocupado pelos bens terrenos, vez que são perecíveis, sujeitos a deterioração e ação de salteadores. O cristão é chamado a buscar bens eternos, a acumular tesouros nos céus e não nesta terra efêmera. Ouçamos a voz do Mestre: o Pai celestial sabe de tudo o que necessitamos antes mesmo de as pronunciarmos com nossos lábios.

MATEUS 6:33 "Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas."
COMENTÁRIOS: Aquele que prioriza as coisas espirituais e eternas e obedece seu Rei e Senhor tem a promessa de que nada lhe faltará. Os cristãos são chamados a dedicarem-se ao governo de Cristo Jesus e à obediência aos seus mandamentos. O discípulo de Jesus precisa entender que é peregrino nesta terra, devendo devotar-se ao que é eterno e não ao que é passageiro. Muitos tem priorizado a vida neste mundo. Porém, alguns anos de vida nesta terra não se comparam à eternidade com Deus. Qual tem sido nossa prioridade?

MATEUS 6:34 "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."
COMENTÁRIOS: Depois de assegurar a seus discípulos que Deus cuidará das necessidades daqueles que buscam em primeiro lugar o Reino e sua justiça, a ordem do Mestre é para que não nos preocupemos com o futuro. Não faz sentido preocuparmo-nos com os problemas de amanhã, porque o dia de hoje já tem bastante coisa para ocupar nossa atenção. Quem sabe dizer se o temido infortúnio de amanhã virá a acontecer? O Senhor Jesus não deseja que seu discípulo sofra antecipadamente.

MATEUS 7:1 "Não julgueis, para que não sejais julgados."
COMENTÁRIOS: Julgar significa 'discriminar', 'condenar', 'apontar', 'escolher', etc. O Mestre condena o julgamento hipócrita. Vemos em diversos textos bíblicos a ordem para julgarmos. Entretanto, o julgamento deve ser realizado em amor, segundo os retos juízos divinos, com o fim de trazer aquele que está no erro de volta ao bom caminho. Entenderemos melhor este tema e qual tipo de julgamento Jesus proíbe durante a análise dos versículos 2 a 6.

MATEUS 7:2 "Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós."
COMENTÁRIOS: Seremos medidos com a mesma régua que usamos para medir. Faz lembrar daquele dito popular que diz "quando apontamos um dedo, outros três estão apontados para nós mesmos". Muitos julgam utilizando um critério tão severo que se fossem julgados pelo mesmo critério seriam desaprovados. A nossa régua precisa ter a medida da Palavra de Deus. O nosso juízo precisa ser de acordo com o Evangelho da Salvação.

MATEUS 7:3-5 "Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão."
COMENTÁRIOS: O Mestre condena severamente a hipocrisia. Os fariseus costumavam impor pesados fardos sobre os israelitas, sendo que eles próprios não cumpriam a Lei de Deus. Enquanto esbravejavam contra os pecados alheios, os fariseus não notavam que sua própria vida estava chafurdada em maiores e mais graves delitos. Antes de ajudarmos nosso próximo em seus pecados, precisamos olhar para nós mesmos e nos acertar diante de Deus.

MATEUS 7:6 "Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão."
COMENTÁRIOS: Podemos observar claramente que o Senhor Jesus ordena que seu discípulo julgue, de forma a distinguir cães e porcos. Por isso, precisamos entender à luz das Escrituras o significado de julgar. Neste texto, o Mestre assevera a seus discípulos que não devem insistir em ensinar e exortar pessoas que se revoltam contra o ensinamento transmitido. Os cães e os porcos nesta analogia são as pessoas que, em ouvindo a repreensão pela Palavra de Deus, revoltam-se contra aquele que lhe está repreendendo. Por mais que lancemos pérolas aos porcos, eles entenderão que estamos jogando pedras para machucá-los. Assim, o tolo receberá a exortação como agressão. Neste caso, o Mestre ensina seu discípulo a não insistir com o rebelde. "Não repreendas ao escarnecedor, para que não te odeie; repreende ao sábio, e ele te amará" - Provérbios 9:8

MATEUS 7:7-8 "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á."

COMENTÁRIOS: Que promessa maravilhosa de nosso Senhor Jesus! Deus não se importa com a insistência de seus filhos. Pelo contrário. O Mestre ensina seus discípulos a empenharem forças na oração com vistas a obterem aquilo que necessitam. Pedir é o primeiro passo em direção à bênção. Depois, entramos na fase de buscar o milagre. E, por fim, batemos na porta e vivenciamos o sobrenatural de Deus em nossas vidas. Não desista. Quem sabe, você já esteja frente-a-frente com seu milagre. Creia que a porta se abrirá!

MATEUS 7:9-11 "Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!"
COMENTÁRIOS: O Mestre convida seu discípulo a olhar para si próprio para entender como Deus Pai cuida dos seus filhos. E, ao olhar para nós mesmos, temos duas revelações igualmente chocantes: apesar de sermos maus (e aqui não há exceção), sabemos praticar atos de amor. Por mais que a humanidade esteja corrompida pelo pecado, resta no indivíduo uma fagulha da imagem e semelhança do Criador. Se nós, apesar de sujeitos aos efeitos do pecado, praticamos ações de generosidade em favor de nossos filhos, quanto mais Deus, cuja Palavra testifica como sendo o próprio amor, não abençoará abundantemente seus filhos? Descanse no amor do Pai Eterno e, toda vez que praticar ou ver alguém praticar um ato de amor e bondade em favor de outrem, lembre-se quão maior e mais excelente é o amor de Deus por seus filhos.

MATEUS 7:12 "Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas."

COMENTÁRIOS: O Mestre apresenta um resumo primoroso para quem deseja ser perfeito: tratar as pessoas como desejaria ser tratado. Quem gosta de ser maltratado? Quem deseja ser roubado? Traído? Agredido? Creio que ninguém, não é verdade? E é exatamente desta maneira que não devemos tratar nosso próximo, mas sim com amor e respeito.

MATEUS 7:13-14 "Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram."

COMENTÁRIOS: Jesus qualifica o acesso à salvação como: difícil e pouco encontrado. Os mandamentos de Cristo não são meros aconselhamentos, sugestões ou dicas, mas, na verdade, constituem leis para os filhos do Reino que, quando cumpridos, diferem estes daqueles que não pertencem ao Reino. O Evangelho das portas largas tem sido difundido pelos falsos mestres e atraído milhares e milhões de adeptos rumo à perdição. Saiba que a porta não passou por reformas. A porta continua estreita.

MATEUS 7:15 "Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores."

COMENTÁRIOS: Uma preocupação constante do Senhor Jesus e de todos os escritores do Novo Testamento é com os falsos profetas e falsos mestres. Cristo Jesus sabe o efeito destrutivo que um ensinamento corrompido tem sobre o povo de Deus. O interior destes homens réprobos está cheio de imundícias, cobiça, adultério, ganância e toda sorte de males. Nos próximos versículos, o Mestre ensinará seus discípulos como reconhecer um falso profeta.

MATEUS 7:16-20 "Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão!"

COMENTÁRIOS: Há um meio de reconhecer um falso profeta! Será que é por meio dos milagres que ele realiza? Ou por meio de sua eloquência? Talvez seja pela sua riqueza? NÃO. O que evidencia um falso profeta são suas ações e reações. Assim como uma macieira só produz maçã, as pessoas só agem de acordo com o que real e interiormente são. Palavras são lindas e chegam até a comover. Entretanto, perante Deus, o que importa são nossas atitudes, aquilo que se origina no coração e transborda por meio de ações, assim como os frutos das árvores. Um suposto homem de Deus pode arrotar santidade ou ainda praticar sinais miraculosos, porém, se não desenvolver em sua vida o fruto do Espírito (amor, paz, domínio próprio, mansidão, etc), não passará de um falso profeta.


MATEUS 7:21 "Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus."

COMENTÁRIOS: O Mestre ensina que aquilo que é dito pelos nossos lábios não terá peso algum perante Deus se não estiver acompanhado de atitudes coerentes. O Reino não é para quem apenas confessa Jesus como Senhor, mas para os que praticam seus ensinamentos. O discípulo de Cristo precisa demonstrar por meio de sua conduta que passou pelo novo nascimento e recebeu o Espírito Santo em sua vida. Quantos confessam Cristo como Senhor, porém O desonram por sua conduta libertina. As atitudes do cristão exteriorizam a salvação operada em seu interior.


MATEUS 7:22-23 "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."
COMENTÁRIOS: Que afirmação assustadora! O Mestre está falando de pessoas que se dizem suas seguidoras e que podem até mesmo realizar grandes prodígios por meio de seu nome. As palavras chaves deste versículo são: "conhecer" e "iniquidade". “Conhecer” neste contexto significa “ter intimidade. Já “iniquidade” significa “desobediência à lei”. Jesus está dizendo que não possui intimidade com aqueles que não obedecem a seus mandamentos. Quando damos importância aos mandamentos de Cristo e nos esforçamos em praticá-los, somos por Ele conhecidos e desenvolvemos com Cristo uma vida de comunhão e intimidade. Jesus ensina que: "Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu (Jesus) lhes ordeno." João 15:14

MATEUS 7:24-25 "Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha."

COMENTÁRIOS: Obedecer a Jesus é edificar nossa vida sobre uma base sólida: a rocha. O Mestre garante que todo o que está assim fundamentado não terá sua 'casa-vida' destruída diante das adversidades, pois quem o sustenta é a própria rocha sobre o qual está alicerçado. Jesus é a rocha que permite que nossa vida se edifique solidamente. Entretanto, somente a obediência fincará as estacas dentro do fundamento rochoso. “Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nEle, enraizados e edificados nEle [...]” Colossenses 2:6,7


MATEUS 7:26-27 "Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda."

COMENTÁRIOS: 'Desobediência gera queda'. O insensato ouve as palavras do Mestre, mas não as coloca em prática. Aquele que ouve a palavra e não a pratica engana-se a si mesmo, pois está fincando suas estacas sobre a areia e, ao menor sinal de perigo, sofrerá as conseqüências da sua construção inadequada.

MATEUS 7:28-29 "Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei."
COMENTÁRIOS: As palavras ditas por Jesus maravilhavam seus ouvintes, pois quem falava estava investido de autoridade moral e espiritual. Moral, pois suas palavras eram coerentes às suas atitudes. Espiritual, porque sua autoridade derivava do próprio Pai Celestial, diferentemente dos escribas, mestres da lei, que não praticavam aquilo que ensinavam e não possuíam a autoridade vinda dos céus. O discípulo de Cristo precisa praticar aquilo que prega, sob pena de ter suas palavras colocadas em xeque pela hipocrisia.

MATEUS 8:1-3 "Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões O seguiam. E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. No mesmo instante ficou purificado da sua lepra."
COMENTÁRIOS: Depois de pregar o maior sermão de toda a história, o Mestre seguiu seu caminho acompanhado por "grandes multidões". Interpelado por um homem leproso - excluído pela sociedade e relegado ao ostracismo, Jesus proclama a ele e a todos os enfermos que se aproximariam do Mestre necessitando de cura: EU QUERO TE CURAR! Creia que Jesus te diz hoje: EU QUERO! Qual é o seu pedido?

MATEUS 8:4 "Em seguida Jesus lhe disse: "Olhe, não conte isso a ninguém. Mas vá mostrar-se ao sacerdote e apresente a oferta que Moisés ordenou, para que sirva de testemunho"."
COMENTÁRIOS: Depois de curar um leproso, Jesus ordenou ao homem agora curado que não contasse sobre o milagre, antes cumprisse a exigência da lei mosaica relativa à lepra. Cristo não desejou ser reconhecido como um mero operador de maravilhas, que cumpriria o desejo terreno e político da nação israelita de ser ver livre da opressão romana. A autoridade de Jesus derivava do próprio Deus e não da aclamação dos homens. Ele veio para morrer em favor dos pecadores e não para lutar contra os romanos. O Mestre curava e libertava o povo pelo simples ato de amar. Seu amor transbordava em curas, restaurações de vidas e muitas maravilhas.



MATEUS 8:5-7 "Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião que lhe rogava, dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, e horrivelmente atormentado. Respondeu-lhe Jesus: Eu irei, e o curarei.
COMENTÁRIOS: O Senhor está sempre disposto a socorrer aqueles que necessitam do seu toque de amor. A fama do Mestre já havia chegado até aos gentios. Quem lhe pedia socorro era um comandante da guarda romana. Jesus não se importa com religião, nacionalidade, etnia, sexo, etc. Ele está pronto a ajudar.

MATEUS 8:8-9 "O centurião, porém, replicou-lhe: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; mas somente dize uma palavra, e o meu criado há de sarar. Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz."
COMENTÁRIOS: O acerto do centurião foi reconhecer sua indignidade perante o Santo e a autoridade e misericórdia de Cristo Jesus. Se ele, comandante de uma tropa romana, tinha soldados sob sua autoridade, quanto mais o Rei dos reis e Senhor dos senhores. O centurião sabia que legiões de anjos estavam sob as ordens do Messias. Bastava apenas uma palavra, uma ordem e seu servo seria curado.

MATEUS 8:10 "Jesus, ouvindo isso, admirou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé."
COMENTÁRIOS: O acesso ao Eterno não é exclusividade de um povo ou nação. Deus está disponível a todos aqueles que se aproximam dEle com fé. A fé é o meio pelo qual temos acesso a Deus e às suas promessas. Mas, não é a fé na sorte ou em algum objeto ou deus obra de imaginação humana. A fé deve ser depositada em Cristo Jesus. Por meio do Mestre, tornamo-nos filhos de Deus e herdeiros das promessas. Pela fé no Cristo, o centurião obteve a cura do seu criado.

MATEUS 8:11-12 "Eu lhes digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus. Mas os súditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes."
COMENTÁRIOS: Os judeus se achavam pertencentes ao Reino por direito, em razão de sua origem. Entretanto, Jesus inverte os papéis e assevera que muitos gentios (aqueles que não são judeus) participarão da grande ceia, enquanto não poucos presunçosos judeus sofrerão as agruras das trevas. Não adianta ser filho de crente, é necessário nascer de novo. A salvação é individual e é alcançada pela fé no Filho do Deus Altíssimo.

MATEUS 8:10;13 "Jesus, ouvindo isso, admirou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé [...] Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e te seja feito assim como creste. E naquela mesma hora o seu criado sarou."
COMENTÁRIOS: O acesso ao Eterno não é exclusividade de um povo ou nação. Deus está disponível a todos aqueles que se aproximam dEle com fé. A fé é o meio pelo qual temos acesso a Deus e às suas promessas. Mas, não é a fé na sorte ou em algum objeto ou deus obra de imaginação humana. A fé deve ser depositada em Cristo Jesus. Por meio do Mestre, tornamo-nos filhos de Deus e herdeiros das promessas. Pela fé no Cristo, o centurião obteve a cura do seu criado.

MATEUS 8:14-15 "Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra deste de cama, com febre. Tomando-a pela mão, a febre a deixou, e ela se levantou e começou a servi-lo."
COMENTÁRIOS: A mãe da esposa de Pedro, o apóstolo, jazia no leito em razão de uma grave enfermidade. O Mestre acabara de chegar de seu mais impactante e demorado sermão e seu primeiro ponto de parada era a casa de Pedro. Jesus, apressadamente, cura a mulher que passa a serví-lO. Muitos hoje se encontram sem poder servir ao Mestre em razão de uma enfermidade física, mental ou espiritual. O Senhor Jesus deseja tocá-lo neste dia e te colocar de pé e em condições plenas de exercer o ministério que lhe fora confiado.

MATEUS 8:16-17 "Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos endemoninhados, e ele expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes. E assim se cumpriu o que fora dito pelo profeta Isaías: "Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças"."
COMENTÁRIOS: Isaías, em seu livro, no capítulo 53, descreve, profeticamente e com riqueza de detalhes, as características e a missão do Servo Sofredor, que seria traspassado em favor dos pecadores - 'o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo' - cujos sofrimento e imerecido castigo importariam em salvação para aqueles que nEle cressem. Mateus, o apóstolo e evangelista, faz questão de pronunciar que, a cada cura realizada, o Cristo estava carregando em seu próprio corpo toda e qualquer singular e destrutiva enfermidade enfrentada pela humanidade, originária do pecado que adentrou o mundo por meio de Adão. Creia que Jesus levou em seu próprio corpo todas as doenças que possam estar te afligindo neste dia. Clame ao Senhor por sua cura e confie nos méritos daquele cuja biografia inclui não apenas sofrimento, mas também honra, glória e poder, pois toda a autoridade foi dada a Jesus. Aleluia!


MATEUS 8:18 "Quando Jesus viu a multidão ao seu redor, deu ordens para que atravessassem para o outro lado do mar."

COMENTÁRIOS: Ao se ver rodeado por uma multidão de pessoas que havia curado, Jesus ordenou a seus discípulos que navegassem em direção à região de Gadara (Genesaré), pois precisava anunciar o evangelho a pessoas que ainda não haviam sido alcançadas. O Mestre se mostrou incansável em seu mister evangelístico em favor dos perdidos, como verdadeiro pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Seu zelo em cumprir o ministério que lhe fora confiado pelo Pai nos ensina a empenharmo-nos diligentemente no cumprimento do "ide e pregai o evangelho".

MATEUS 8:19-20 "Então, um mestre da lei aproximou-se e disse: "Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores". Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça".
COMENTÁRIOS: Quem, depois de muitos dias de viagem, não gosta de chegar a seu lar e usufruir do conforto de sua residência? Entretanto, seguir a Jesus colocaria os discípulos em constante movimento, sem parada e muito pouco descanso. Os escribas (mestres da lei) gozavam de estabilidade financeira em razão de seu ofício e possuíam luxo e conforto. Porém, para seguir a Jesus, teriam de abdicar do conforto de sua residência e da companhia da família. Hoje, se recebemos a mensagem do Evangelho, devemos a missionários que abriram mão de sua estabilidade e do conforto do lar para propagarem o Evangelho. Quantos hoje não se encontram em nações perigosas e hostis, enfrentando pragas, guerras, mortes, para que as boas novas cheguem aos quatro cantos desta terra. Você estaria pronto se fosse chamado? Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim.

MATEUS 8:21-22 "Outro discípulo lhe disse: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai". Mas Jesus lhe disse: "Siga-me, e deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos"."
COMENTÁRIOS: Na cultura judaica, o pedido do discípulo de 'sepultar seu pai' significava que ele desejava aguardar o falecimento de seus pais idosos e ajudar na reestruturação familiar para que seus irmãos se adaptassem às novas responsabilidades. Entretanto, o chamado de Cristo cinge-se de urgência. O amor do discípulo devido ao Mestre deve sobrepujar ao devido à sua própria família. Aqueles que não desejam atender prontamente à convocação de Jesus são chamados de mortos espiritualmente, ou seja, insensíveis à voz do Espírito.


MATEUS 8:23-24 "Entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. De repente, uma violenta tempestade abateu-se sobre o mar, de forma que as ondas inundavam o barco. Jesus, porém, dormia."
COMENTÁRIOS: A caminho da região de Gadara, uma forte tempestade se levantou contra o barco que levava Jesus e seus discípulos pelo lago de Genesaré. Este episódio nos ensina que, mesmo com Jesus no barco de nossas vidas, tempestades poderão se levantar. Ser discípulo de Jesus não concede imunidade contra as tribulações deste presente século. Entretanto, sabemos que, com Jesus no barco, milagres acontecem.

MATEUS 8:25 "Os discípulos foram acordá-lo, clamando: 'Senhor, salva-nos! Vamos morrer!' "
COMENTÁRIOS: Embora Jesus estivesse presente no barco durante a tempestade, os discípulos acharam que iriam perecer em meio à tormenta. Quando as dificuldades nos fazem oposição, o desespero toma conta e tendemos ao desespero. Devemos sempre lembrar que Jesus está no barco, ainda que esteja 'dormindo', ou seja, em silêncio, sem manifestar seu poder em nosso favor.

MATEUS 8:26-27 "Ele perguntou: 'Por que vocês estão com tanto medo, homens de pequena fé?' Então ele se levantou e repreendeu os ventos e o mar, e fez-se completa bonança. Os homens ficaram perplexos e perguntaram: 'Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?' "
COMENTÁRIOS: O medo e a dúvida destroem a fé. Jesus se aborreceu da atitude tímida dos discípulos em meio à tempestade. Muito embora Jesus estivesse no barco, os discípulos acharam que iriam perecer. O Mestre espera que seus discípulos ajam de maneira sóbria diante das dificuldades, certos de que Cristo Jesus está no barco, mesmo que em silêncio. Creia no Deus que domina soberanamente sobre a natureza.

MATEUS 8:28 "Quando Ele chegou ao outro lado, à região dos gadarenos, foram ao seu encontro dois endemoninhados, que vinham dos sepulcros. Eles eram tão violentos que ninguém podia passar por aquele caminho."
COMENTÁRIOS: Ao pisar na região de gadara, Jesus é interpelado por dois homens possessos por legiões de demônios. É muito importante saber que o mundo espiritual é real e que seres de outra dimensão como os demônios existem e estão à espreita, buscando prejudicar a criação de Deus. E é exatamente isso que os espíritos malignos realizaram na vida daqueles dois homens, levando-os a habitar a região desértica do cemitério de gadara, privando-os do convívio da família e do exercício de atividades sociais como o trabalho, o lazer, etc. A boa notícia é que Jesus chegou naquela região. Veremos o desfecho desta história nos próximos versículos.

MATEUS 8:29 "E eis que gritaram, dizendo: Que temos nós contigo, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?"
COMENTÁRIOS: Os demônios conhecem o fim que lhes está reservado. Eles sabem que sua destruição não tarda e que a instauração do Reino de Deus mitigaria a atuação das forças demoníacas no mundo. Os espíritos malignos se viram diante do Filho de Deus e aterrorizam-se ante a realidade da chegada do Reino dos céus.



MATEUS 8:30-32 “A certa distância deles estava pastando uma grande manada de porcos. Os demônios imploravam a Jesus: "Se nos expulsas, manda-nos entrar naquela manada de porcos". Ele lhes disse: "Vão! " Eles saíram e entraram nos porcos, e toda a manada atirou-se precipício abaixo, em direção ao mar, e morreu afogada.”
COMENTÁRIOS: Os porcos são animais considerados impuros pelos judeus. Ao permitir que os demônios possuíssem a manada de porcos (cerca de 2 mil porcos), Jesus quis ensinar aos seus discípulos quanto sofrimento era imposto àqueles homens endemoninhados. Se a opressão maligna sentida pelos porcos por apenas alguns minutos resultou em um suicídio coletivo, quão maior terror não suportaram aqueles endemoninhados? Os espíritos maus desejam causar dor e sofrimento às pessoas que lhe fornecem habitação. Graças a Deus por Jesus que nos livra de todo mal.

MATEUS 8:33-34 "Os que cuidavam dos porcos fugiram, foram à cidade e contaram tudo, inclusive o que acontecera aos endemoninhados. Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus, e quando o viram, suplicaram-lhe que saísse do território deles."
COMENTÁRIOS: O sobrenatural operado por Jesus em favor dos dois endemoninhados de Gadara causou terror aos habitantes daquela região, ao ponto de suplicarem a Jesus que se retirasse. Não há da parte dos gadarenos esboço de alegria pela libertação dos dois homens endemoninhados ou interesse pela pessoa de Jesus e seu poder sobre as forças malignas. Pelo contrário. Teria o suicídio dos porcos exposto os verdadeiros valores do povo da vizinhança? Será que eles preferiam os porcos às pessoas, e os suínos ao Salvador?

MATEUS 5:39 “Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.”
COMENTÁRIOS: Jesus institui a ‘Lei da Não-Resistência’. Segundo o Mestre, não é permitido a seu discípulo revidar a ofensa sofrida. Pelo contrário. O discípulo de Cristo responde à agressão oferecendo a outra face. Não lhe é permitido reagir à agressão e a atitude seguinte à ofensa é contrapor o agressor com o convite a prosseguir em sua covardia, o velhor ditado “chutar cachorro morto”. Em uma sociedade sôfrega por revanche e por vingança, Jesus nos ensina a deixar sob a responsabilidade das autoridades competentes qualquer intervenção contra o agressor, sem que a iniciativa proceda do discípulo do Mestre. O cristão não se move contra aquele que lhe ofendeu, pois deposita em Deus toda esperança de justiça, ciente que “a ira do homem não produz a justiça de Deus”. (Tiago 1:20)

MATEUS 5:40-42 "E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado".
COMENTÁRIOS: O cristão não contende por seus direitos. Seu advogado é Jesus. Seu Justo Juiz, Deus. Novamente, o Mestre convida seu discípulo a confrontar aquele que gratuitamente se lhe opõe por meio da proposição da covardia. Parece que o Mestre utiliza-se do famoso ditado: 'dar corda para alguém se enforcar', não que o seu desejo seja que o agressor se 'enforque', mas que se CONSTRANJA com a atitude do cristão em dar a outra face e que deixe de cometer injustiça. ENTRETANTO, caso não se arrependa, a Palavra diz: Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. (Romanos 12:19).
Continua...

Fonte: Escrito por Carlos Augusto Vaiano de Aquino

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